terça-feira, 7 de setembro de 2010

“A TUA PRESENÇA”

Resta o consolo do teu rosto
Cravado em meu pensamento
A sutileza de sua voz
Imaginada em meu ouvido
O teu tênue cheiro
Deliciando as minhas narinas
O brilho sutil e tímido
Dos teus belos olhos
Que inundam e afagam a minha'alma.

Resta um lugarzinho
Tímido e esquecido
Que ao menor bafejo de tua presença
Aviva-se na minha mente
Como uma arvore mirrada
Pela secura da desilusão
Ao menor contato das tempestades de verão
Crescem-lhe flores joviais
Galhos altos e viçosos.

Saudade da possibilidade de você
Quando as madrugadas eram a minha única alternativa
À atroz falta do encanto da heroína.
Vez por outra atenuada em sonhos e pesadelos
Eu sou o poeta e grito enlouquecidamente
Desejando o socorro
De minha destemida paladina
Ou apenas sua imagem longínqua na escuridão...


Sem a presença de sua heroína
Riscando minhas noites com coragem e bravura
Eu choro choro languidamente
Meus olhos enchem-se de lágrimas febris
E o ardor do desalento
Habita o meu peito débil
Com pavor e tamanha tristeza.
A dor da solidão torna-se minha mais fiel companheira
E meus versos perdem o encanto inicial.

Resta em algum lugar
Na morada entre o encanto e a solidão
O poeta com o lirismo de suas estrofes
E a heroína com a bravura de seus atos
Impedidos pelo destino
Do mágico e delicado amor


Resta aos dois, com soluços, suspiros e tremores... a palavra...
A ternura... a ação e o poema.

joasvicente

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