Ontem olhei o teu olhar
Venci esse medo
De perder-me nesse olhar belo
E intenso.
Prestei atenção
em cada traço... contorno
Gesto do teu rosto.
Percebi que a beleza dele
Está na sutileza de teus olhos.
Que dizem tantas coisas
Que tenho medo de ouvir
Por isso sempre o evito.
Mas ontem
Ontem não teve jeito
Depois de tanto tempo
Depois de tanto temor
Percebi que chegara a hora
De me prostrar
diante de beleza tão bela.
Tentei até desviar-me
Mas você olhou de relance
Tanta preparação
E como se o destino
Traçasse esse momento mágico
Olhei o teu olhar.
Os meus olhos perderam-se
Enxerguei você inteira
Vi a delicadeza de sua boca
O gosto suave de teu corpo
A vontade de me inundar no teu cheiro
No sabor de tua pele
No ardor de teu desejo
Vi tudo isso
Pelo teu olhar
Que deixa surgir na noite
Esse brilho... esse mistério
Esse encanto encantado
Que é você
joasvicente
terça-feira, 7 de abril de 2009
NA LEMBRANÇA
Pra você eu guardei
Teu beijo em minha boca
O sabor diferente de teus lábios
Guardei em meus dentes
O gosto molhado do teu desejo.
Guardei o que nunca foi meu
A ilusão, deixei no peito
O abraço de teu abraço
Essa vontade de não ser eu.
Pra você eu guardei
Uma palavra indecifrável
Presa na garganta
Ou na ponta da caneta
Guardei você nas páginas de um caderno
Guardei-te no bocejar
Das horas mais findas e longas
Nessa noite intensa e escura
Nesse poema doído, triste, com sono.
Pra você eu guardei
O teu perfume em meu corpo
Até o que nunca foi meu
Guardei...
Guardei na lembrança
Você em mim.
joasvicente
Teu beijo em minha boca
O sabor diferente de teus lábios
Guardei em meus dentes
O gosto molhado do teu desejo.
Guardei o que nunca foi meu
A ilusão, deixei no peito
O abraço de teu abraço
Essa vontade de não ser eu.
Pra você eu guardei
Uma palavra indecifrável
Presa na garganta
Ou na ponta da caneta
Guardei você nas páginas de um caderno
Guardei-te no bocejar
Das horas mais findas e longas
Nessa noite intensa e escura
Nesse poema doído, triste, com sono.
Pra você eu guardei
O teu perfume em meu corpo
Até o que nunca foi meu
Guardei...
Guardei na lembrança
Você em mim.
joasvicente
E O SOM DE DEUS
O momento é agora... é já
De uma urgência imensurável.
O segundo que trilho
Entre uma palavra e outra
É o bastante para que tudo o que foi dito
Não tenha mais sentido algum.
O que se escuta,
Jamais pode ser ouvido de um mesmo modo,
O sabor de um beijo,
Um afago dado,
Jamais é o mesmo duas vezes.
A vida é essa aventura,
A cada minuto
Deparamos-nos com essa outra pessoa
Que não somos nós.
Como num intervalo entre o que se foi,
E o que se deseja ser
Nesse minuto adiante.
A atrocidade do tempo é essa,
Só percebemos a importância do hoje,
Amanhã.
A vida deve ser entendida,
Como um lapso,
Um ponto de luz,
Um instante passageiro
Que se chama “agora”,
Sem metafísica alguma.
Talvez se pudéssemos voltar pra aquele momento
Crucial de nossa existência,
Creria na origem divina dos homens,
Fora isso,
O dia-a-dia é apenas uma angustia cotidiana,
Que fica na lembrança.
Aquele olhar,
Aquele primeiro toque
Aquele beijo.
Tudo tomou dimensões diferentes,
Os solavancos não são mais possíveis,
A vida fadou esse instante
A uma bela história
De um amor antigo e inútil.
Queria por um momento
Menor que fosse,
Sentir toda a ebulição
Que aquela visão provocou em mim
Há tantos anos atrás.
Mas que foram sucumbidas
Pela atrocidade do tempo.
Por essa limitação humana.
A saudade é uma maldição
Imposta pelos deuses
Para que jamais pretendêssemos a perfeição
Resta a dor,
O silêncio
E o som de Deus.
joasvicente
De uma urgência imensurável.
O segundo que trilho
Entre uma palavra e outra
É o bastante para que tudo o que foi dito
Não tenha mais sentido algum.
O que se escuta,
Jamais pode ser ouvido de um mesmo modo,
O sabor de um beijo,
Um afago dado,
Jamais é o mesmo duas vezes.
A vida é essa aventura,
A cada minuto
Deparamos-nos com essa outra pessoa
Que não somos nós.
Como num intervalo entre o que se foi,
E o que se deseja ser
Nesse minuto adiante.
A atrocidade do tempo é essa,
Só percebemos a importância do hoje,
Amanhã.
A vida deve ser entendida,
Como um lapso,
Um ponto de luz,
Um instante passageiro
Que se chama “agora”,
Sem metafísica alguma.
Talvez se pudéssemos voltar pra aquele momento
Crucial de nossa existência,
Creria na origem divina dos homens,
Fora isso,
O dia-a-dia é apenas uma angustia cotidiana,
Que fica na lembrança.
Aquele olhar,
Aquele primeiro toque
Aquele beijo.
Tudo tomou dimensões diferentes,
Os solavancos não são mais possíveis,
A vida fadou esse instante
A uma bela história
De um amor antigo e inútil.
Queria por um momento
Menor que fosse,
Sentir toda a ebulição
Que aquela visão provocou em mim
Há tantos anos atrás.
Mas que foram sucumbidas
Pela atrocidade do tempo.
Por essa limitação humana.
A saudade é uma maldição
Imposta pelos deuses
Para que jamais pretendêssemos a perfeição
Resta a dor,
O silêncio
E o som de Deus.
joasvicente
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