Cadê você?
As palavras se calaram
Se negam a falar do intenso pesar
Da vontade de me perder completamente
Para quem sabe num sonho louco qualquer
Encontrar-me com essa delicia
Que são os teus beijos
O teu corpo... o teu cuidado!
Os poemas
Os versos de amor se dissiparam
Como um raio dantesco
Nas noites sem luar
Cortando o firmamento da paixão
Com dor... angustia
Ressentimento e desilusão.
Restaram às lembranças
O afago da tua imagem
Que vez por outra
Salta diante dos meus olhos
Num delírio insano e profético...
Restou o teu cheiro
Na minha pele
O odor que mistura desejo e saudade
Que me faz viajar
Nas brisas fugazes de teu amor...
Restou o teu rosto gravado
Como um altar onde dia após dia
Sinto mais forte a necessidade de você.
Restaram as flores
Amassadas...
Jogadas pelo caminho
E recolhidas uma a uma
Pétala por pétala
Pelas lágrimas ...
Que vez por outra rolam face abaixo
Escondidas no canto do rosto
E entre os soluços desvairados.
Hoje
Olhando de tão longe quem fui
Lembro com nostalgia até das dores infindas
E das noites em claro
E dos desesperos latentes;
Como se cada minuto
De tanta agonia valesse à pena,
Porque nele estava você.
Hoje
Um vazio corre em minhas veias
Um vácuo gélido
Inundado pela neblina da solidão.
Essa escuridão de não sentir
Que faz com que grite no nada:
Cadê você?
Mas essa pessoa que sou hoje
Esse mensageiro
Que sente tudo indiferente
Não compreende mais esse ardor passado
Eternizado e inútil!
Ficaram as lembranças
Que nem mais percebo
Porque essa pessoa que sentiu tudo
Que viu tudo... se calou
As palavras silenciaram.
joasvicente
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
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Um comentário:
Eu tive o previlégio de ler e apreciar esse texto já faz um tempinho. Adorei essa idéia do blog, só assim dá pra dividir idéias, sentimentos...ou até mesmo o vazio...
Vc sabe q eu te adoro né...
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