terça-feira, 2 de março de 2010

QUANDO A FELICIDADE ME ROUBOU

A felicidade é esse momento de descuido
Essa rápida brisa que... espera aí... já foi!
Que foi numa quarta ou sexta feira sei lá...
A felicidade acontece sempre por descuido lembra?
O dia não lembro muito bem
Nem como de fato aconteceu
Mas ela estava lá me bisbilhotando.

Foi muito rápido e eu estava descuidado
As luzes de minha razão apagaram-se
Naquele fatídico dia que nem sei.
Se era tarde... ou noite ou sei lá o que?
Apenas lembro dela
Tomando as rédeas da emoção...
Dela me contaminando com esse germe novo.

Ah, lembro também de toda dor que ela me causou
De uma dor sorridente sabe?
Uma agonia latejando lá dentro do peito
Como se eu houvera comido um vulcão inteiro
E o fogo dele não me saciava... nunca!
Pior é que eu nem estava preparado
Nesse dia estava descuidado!

Talvez se houvesse algum aviso
Uma dica qualquer... mas jamais é assim
Eu sei que não é, nunca!
Ela chegou em mim naquele dia...
E quer saber de uma coisa?
Eu sabia que tinha me fudido
Que ela tinha roubado o “eu” de mim mesmo.

Queria tanto lembrar com exatidão do dia
Alguma referência em minha mente
Mas ela nem isso deixou em mim
Eu estava descuidado
E de repente nem era eu mais
Era outro eu que não pensava na hora
Não compreendia como os minutos passam

E eles passaram tão rápido
Que num instantinho só
Tinha perdido a razão!
Foi um segundo, não mais que isso
Havia me perdido completamente
Não sabia o que era tempo
Nem entendia a dinâmica das coisas.

O mar em minha frente era só pano de fundo
Nesse dia louco em que a felicidade me roubou.
Na minha cabeça havia apenas luar e areia
Havia aquele sentido sem sentido
Imagens longínquas e desconexas
E o céu de testemunha
Nesse único dia de descuido
Em que a felicidade me roubou.


joasvicente

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