terça-feira, 17 de novembro de 2009

DESCUIDO!

Diante desse desejo louco que ressurge em mim
Paira uma ebulição de paixão
Como uma vontade insana de me descuidar.
Passa distante de mim esse espectro aterrador
Que hipnotiza-me por completo
Com suavidade... pavor e beleza.

Meus olhos prostrados diante de tamanha formosura
Saciam por um mero instante
Esse incômodo perpétuo de visão tamanha encantada.
Que passa sorrateiramente pela janela
E deixa em meu pensamento
A ilusão do próximo encontro.

Como um imã de intenso magnetismo
Minha alma é compelida a deixar o meu corpo
Meus olhos cheios de temor
Padecem de uma doença sem explicação
Que deixa marcada em minha alma
A dor de você passar e eu te olhar.

Certas vezes busco esse olhar em outros olhos
Mas só enxergo essa vivacidade tua
Nessa face iluminada
Que infamemente não é minha
Mas que roubo-a de te
Nesses teus raros momentos de descuido.

Descuida-te senhora!
Passas lá no caminho da estrada
E deixa o teu cheiro nas brisas.
Deixa esse encantamento encantado
Como um aroma exalado de teu corpo
Envolto nessa penumbra que é o meu pensamento.

Perde-te nos meus olhos
Nem que seja de relance... ao acaso
Dá ao meu peito essa ilusão ultima
De te imaginar minha sem o ser.
Não desvia-te de meu olhar
Descuida-te!


joasvicente

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