sexta-feira, 3 de julho de 2009

ESSE RÉLOGIO QUE NÃO PARÁ

O meu interesse é o “é” da coisa
Ou a coisa do “é”
Num sei qual?
Esse sentido enigmático que não pode se tocado
Esse constante tempo
Que aprisiona a idéia
Esse sentir, que já se foi
Esse presente-passado.

O meu interesse é esse!
Prender por meros segundos
Essa agonia latente
Esse desespero passado.
Vontade de escrever bem rápido
E aprisionar o pensamento nesse exato segundo
Nesse angustiante presente
Que é mera ilusão no transcorrer do relógio.

Essa coisa de ser sempre do passado
Irrita-me de forma tamanha
Penso em descobrir um mecanismo qualquer
Em que esse relógio pare
Esse tempo pare
A vida entre em sentido contrário.
E tudo descompassado
Faça com que surja a explicação do que penso agora.

Vontade de romper esse sentido temporal
Buscar a essência do milésimo
Descobrir o ponto exato
Em que um segundo sucumbe frente a outro
A exata transição em que deixo esse ser de ontem
E inauguro esse novo ser
Que existe agora nesse segundo
Nessa ultima palavra que escrevo.

Se a palavra mudou, tudo tornou-se ultrajado
Se o minuto passou, tornou-se passado
Quero esse sentimento de hoje
Essa dor dilacerante de agora!
Diante desse impossível
As forças se diluem
Como águas passadas de um rio qualquer
E eu paraliso frente a essa humanidade irrisível.

Quero o é da coisa!
A essência primeira...
O gesto imediato...
O prazer depressa.
A circunstância atual...
O piscar dos olhos...
A palavra ultima...
A que se resume meu pensamento AGORA!

joasvicente

Nenhum comentário: