“Qual o objetivo de tudo isso?”
Vi um sujeito perguntar aos berros
Enquanto levava as mãos à cabeça.
Enquanto enlouquecido esbugalhava os olhos
Que marejados
Deixavam rolar uma lágrima de desespero.
Diante desse grito sufocado
O sujeito entorpecido buscou refugio
Numa brisa leve que passava
Desviando-se dos prédios
E atenuou a face estremecida
Do sujeito que ousou perguntar
O sentido de tudo isso.
Pareceu providencial!
Aquele vento forte paralisou a cena
As mãos deixaram à face
As lágrimas presas no canto dos olhos
Escorreram pelo semblante.
O suor tépido inundou o sujeito
Que atônito e paralisado murmurou algo incompreensível.
A fisionomia do moço estarrecida!
O movimento da cidade
O barulho dos carros... Das pessoas...
Tudo em desalinho e Imóvel!
Como se a vida fosse interrompida
Nesses três ou quatro segundos em que eu observei o homem
E ouvi... Aquela frase estridente.
A decisão do homem sem sentido
Foi olhar pros lados na esperança de algo acontecer.
Uma voz... Um deus qualquer pra lhe salvar!
Um brado maior do que aquela brisa
Qualquer coisa lhe servia.
Nada aconteceu
A cidade seguiu a sua rotina.
Diante dessa desesperança.
Seu corpo pareceu inclinar-se
Como se fosse tombar!
Confesso que temi sua queda.
Mas ele equilibrou-se e entendeu de uma vez
Que o único sentido naquela hora
Era o próximo passo.
Que tudo se resumia ao movimento
Empregado entre uma perna e outra
Que a razão de ser humano é uma só...
Instintivamente ele mexeu os pés
Uma perna lançou-se para além da outra
O movimento!!!
Ele incorporou-se a paisagem da cidade novamente
Os carros... As pessoas... O barulho
Tudo tinha sentido de novo
A brisa que desviou-se dos prédios e o atingiu
Perdera força... As lágrimas secaram.
Ele que era o único sem sentido
Encontrou o seu,
Ser parte dessa paisagem.
Onde tudo funciona pelo movimento!
joasvicente
segunda-feira, 29 de junho de 2009
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