Essa alma presa nesse corpo vão
Nesse não sentir diário
Nessa vontade de não ser nada
Como uma ave cansada
Que alça vôo em um imenso deserto
Assim são os dias para mim.
Arrastam-se como uma agonia latente
Como uma dor irremediável.
Esse tic-tac desse relógio
A folha desse calendário que é virada
São atenuantes para esse tédio permanente
Para essa vida aprisionada
Para esse nada que é a existência.
Esse comprido caminho
Entre o primeiro suspiro
E a dor lúgubre da morte.
Entre a inocência não tão inocente
E a angústia do envelhecer.
Odeio a vida e seus momentos longos
Quero a brevidade
Quero o minuto!
O sabor do beijo roubado
O gosto da primeira ilusão
O dissabor da rejeição!
Quero os sentimentos fugazes
A paixão repentina
O orgasmo intenso e rápido
Quero o agora!
Quero tudo hoje!
Nesse exato instante
Em que troco de linha nesse texto enfadonho
Nessa confusão toda
Que as pessoas chamam de poesia.
Quero tocar nesse exato instante
Sentir a intensidade desse presente
Dessa vida de hoje
Dessa agonia de hoje
Nessa vontade de me perder
Dessa vida sem sentido e inútil.
Quero o já!
joasvicente
domingo, 31 de maio de 2009
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