Essa sala vazia
Esse “eu vazio”
Essa vontade de ser artista
Um personagem qualquer
Nesse tédio viciante
Chamado “a vida da gente”.
Mas que vida?
Mas quem é gente?
Esse silêncio ensurdecedor
Rompido vez por outra
Pela saliva que mata-me a sede
Ou pelo pensamento
Que encontra refúgio na palavra
Escrita ou descrita como antidepressivo.
Nessa sala vazia
Nem o vento se faz presente
Tudo é monótono
Tudo é superficial
Como as horas de um relógio qualquer
Ou as datas de um calendário
Que insistem em dizer-me
Que hoje é terça... ou quarta... ou quinta-feira.
O que vale-me saber disso?
O que vale essa odisséia delirante
Se os momentos não se eternizam
E o calendário é mero suvenir
que me lembra que tudo passado?
Ah, e esse “eu” aqui
Sozinho... Perdido
Viciado em depressão
A quem todas as dores pertence?
Em quem a angústia e a melancolia
Tornaram-se companhias inseparáveis
Nessa jornada longa...
E inútil.
joasvicente
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
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