sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

SOU SOZINHO!

Essa sala vazia
Esse “eu vazio”
Essa vontade de ser artista
Um personagem qualquer
Nesse tédio viciante
Chamado “a vida da gente”.

Mas que vida?
Mas quem é gente?

Esse silêncio ensurdecedor
Rompido vez por outra
Pela saliva que mata-me a sede
Ou pelo pensamento
Que encontra refúgio na palavra
Escrita ou descrita como antidepressivo.

Nessa sala vazia
Nem o vento se faz presente
Tudo é monótono
Tudo é superficial
Como as horas de um relógio qualquer
Ou as datas de um calendário
Que insistem em dizer-me
Que hoje é terça... ou quarta... ou quinta-feira.

O que vale-me saber disso?
O que vale essa odisséia delirante
Se os momentos não se eternizam
E o calendário é mero suvenir
que me lembra que tudo passado?

Ah, e esse “eu” aqui
Sozinho... Perdido
Viciado em depressão
A quem todas as dores pertence?

Em quem a angústia e a melancolia
Tornaram-se companhias inseparáveis
Nessa jornada longa...
E inútil.

joasvicente

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